terça-feira, 26 de outubro de 2010

regulamento aduaneiro????

Nessa era virtual que a gente vive, onde é possível encontrar praticamente tudo online, por que é impossível encontrar o regulamento aduaneiro do Brasil?

Estou às vésperas de voltar de viagem e tenho bens a declarar, mas tenho dúvidas quanto ao que realmente preciso declarar e pagar imposto de importação.

Corri pra internet procurar saber... a busca no google tem resultados bastante conflitantes. Informações desencontradas, opiniões e textos de gente que leu mais ou menos a notícia mas que nunca leu o tal do regulamento. Até porque, ele é difícil de conseguir.

Acabo de esbarrar com um site que disponibiliza o tal... por apenas 150 reais anuais. Esse parece que vem comentado e explicado, o que é uma ótima ideia, visto que o que eu consegui ler, publicado no Diário Oficial em agosto, é praticamente indecifrável. Chega a me dar vontade de imprimir o DO e entrar pela alfândega brasileira sem declarar imposto sobre nada, com a seguinte linha sublinhada no Diário:

CAPITULO II - Do Tratamento Tributário na Importação
Subseção 1 - Da Isenção de Caráter Geral
Art.7 O Viajante procedente do exterior poderá trazer em sua bagagem acompanhada, com isenção dos tributos a que se refere o Art.6:
I - livros, folhetos e periódicos;
II - bens de uso e consumo pessoal

Pra constar, o Art.6 diz:
Será consedida a isenção do imposto de importação (II), do imposto sobre produtos industrializados (IPI), da contribuição para programas de integração social e de formação de patrimônio do servidor público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços (Contribuição para o PIS/Pasep-Importação) e da contribuição social para o financiamento da seguridade social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços de exterior (Cofins-Importação) incidentes sobre a importação de bagagem de viajantes, observados os termos e condições estabelecidos nesta Seção.

Pronto... taí... tudo o que eu levo de volta ao Brasil é de uso ou consumo pessoal, portanto, não sobre tributação de II nem IPI nem PIS/Pasep-Importação nem Cofins-Importação)!

Assim está escrito no Diário Oficial do dia 2 de agosto de 2010. É a Portaria Nº 440, de 30 de julho de 2010

Eu não sou advogado, mas também não sou idiota. Ou sou?

O que eu estou perdendo??? E quem quiser dar uma olhada nessa página do DO, é só vir aqui, não prestar muita atenção ao que a moça escreve, e clicar no link dela (um dia eu vou ser competente de fazer um link desses no meu blog sozinho)

Outras leituras interessantes podem ser obtidas aqui, ou aqui. Mas nada é esclarecedor de verdade.


E se por acaso um advogado entendido estiver de bobeira por aí e quiser tentar destrinchar essa loucura que parece ser o Regulamento Aduaneiro do Brasil, fique à vontade pra entrar em contato comigo o quanto antes. Dependendo da resposta, eu nem me preocupo com minha reentrada no país

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sem aviso (parte 2)

Mais uma tragédia nos moldes de surpresa se dá com os meus.
Dessa vez foi com o Clemént, meu amigo de infância que nem me lembro como conheci porque, se não me engano, ele me conheceu recém nascido.
Somos 11 meses distantes em idade. Desde que me lembro temos uma brincadeira. Ele, viciado em futebol a flamenguista doente, quando chega meu aniversário sempre me dá os parabéns dizendo que eu agora empatei o jogo, quando nossas idades se igualam. Pouco menos de um mês depois, é minha vez de dar os parabéns a ele, sempre "resignado" por ele ter me passado no placar.
Esse ano não deve ser diferente. Talvez só um pouco menos animado porque ele (todos nós, na verdade) perdeu a mãe num acidente de carro.
Zenaide era uma baiana que tinha gostado de virar francesa mas continuava bem brasileira.
Cuidava do filho como se ele nunca crescesse, nunca ficasse mais velho. Na verdade, tratava os amigos do filho da mesma forma. E sempre com muita atenção e carinho. Da última vez que a vi, há dois anos atrás, no apartamento deles em Paris, nos falamos pouco por causa da correria de trabalho dela, do Thierry e do Clemént. Mas me lembro de uma última cena, na cozinha do apartamento, Zenaide e Thierry insistindo em me fazer alguma coisa pra comer de manhã, perguntando como estavam meus pais e irmão, meus avos, nossos amigos de infância de Copacabana, com muita de saudades do Brasil. Contando histórias de como o Clemént estava bem no trabalho, cheios de orgulho. Me fazendo um café que eu não queria, mas que depois de tanto insistirem, eu já tinha aceitado...
São dessas coisas que eu vou lembrar dela. Vai ser muito estranho um dia voltar a Paris e não vê-la.
Clemént e Thierry, como eu já disse no email, estamos longe mas estaremos sempre por perto. É só chamar.

domingo, 3 de outubro de 2010

Das coisas incríveis que vi (parte 3)

Um grupo "perfeito" (porque eles também erram... perdem tempo, esbarram em notas, erram harmonias, melodias... são humanos) como o BMQ obviamente precisa de uma equipe "perfeita" em volta. E depois de passar pouco tempo vendo os dois trabalharem, eu acho que é esse o caso.

Rob Hunter, técnico de som, é um inglês divertido. Entende muito de som, tem uma sensibilidade gigante, ouve pra caralho, e é responsável por fazer a banda soar como deve soar pro público. E ele faz isso como poucos.
Se você for perguntar pra ele, ele vai responder que não faz nada a não ser controlar o monstro que sai de dentro do BMQ pra manter o show num nível aceitavel (não só de volume, mas de energia e equilíbrio).
Verdade que um bom piano sempre ajuda. E quando o pianista é excelente, fica ainda mais fácil. Mas ainda é o Rob quem escolhe e posiciona os microfones. Quem equaliza e mixa o som dos 3 que ele usa dentro do piano.
Verdade que o Eric tocando baixo tira um som que não precisa de muito pra soar foda. Mas ainda é o Rob quem escolhe e posiciona os microfones. Quem equaliza e mixa o som dos 2 que ele usa em frente ao baixo.
Verdade que bateria normalmente soa sozinha num ambiente quase acústico. E que o Justin tira um som do kit dele que é inacreditavelmente equilibrado. Mas ainda é o Rob quem escolhe e posiciona os microfones. Quem equaliza e mixa o som dos 5 que ele usa na bateria.
Verdade que o Branford tem um timbre e um volume, tanto no soprano quanto no tenor (e chegando lá no alto) que ele consegue soar com a banda tocando e ele, completamente acústico. Mas ainda é o Rob quem escolhe e posiciona o microfone. Quem equaliza e mixa o som do dono da banda.

E no final, fica mesmo só o trabalho de conter os ânimos sonoros do quarteto pra não assassinar a plateia, seja fazendo demais ou fazendo de menos. Não é um trabalho que exige muito esforço de preparação do som. O grupo é muito bem equilibrado por si só acusticamente, e isso costuma ser um grande facilitador na hora de amplificar. Mas tanta energia quanto gastam os músicos no palco, gasta o Rob pra se manter concentrado em cada detalhe do que está acontecendo durante a performance, pra ter certeza de que ele está fazendo exatamente o necessário (nem mais, nem menos) pra contribuir com o show. E ele consegue isso (até onde eu sei) sempre.

E atrás do palco, quem cuida dos 5 (4 músicos e 1 técnico) é o Road Manager da banda. Rod Ward. É ele quem cuida das necessidades de cada um dos músicos. Quem monta e desmonta o palco junto com o Rob. Quem se certifica dos detalhes do palco (água, toalhas, etc). Quem cuida dos camarins. Quem resolve problemas de última hora. Quem dá ou nega acesso ao grupo. Quem organiza calendários e finanças. Quem cuida dos instrumentos pré e pós shows. Basicamente, o braço direito do trabalho todo.
Passei bastante tempo conversando com o Rod nas vezes em que nos encontramos. Na primeira delas, em São Paulo 2004, foi ele quem me disse que eu devia procurar o Branford no dia seguinte do show pra passar mais tempo com ele porque isso era uma oportunidade que eu não podia, de jeito nenhum, deixar passar. E nesses dois últimos dias, conheci o cara que está trabalhando há tantos anos nisso (desde antes da época da incrível banda do Sting nos anos 80, equipe da qual o Rod fazia parte) que o trabalho já parece ser parte da natureza e da personalidade dele. Um sujeito calmo, controlado e altamente eficaz. Me disse que aprendeu há tempos atrás que ficar nervoso com as situações e problemas não ajuda em nada. E que hoje, ele não muda o tom de voz pra resolver qualquer problema, por mais absurdo que seja.
E por mais que se escute uma ou outra reclamação aqui ou ali (normalmente de coisas que os músicos reclamam uns pros outros mas não reclamam pra ele, porque se reclamassem essas coisas estaria resolvidas), todos estão muito satisfeitos com o trabalho dele há muitos anos. O que me faz acreditar que ele também é "perfeito".

Não reclamo das equipes que cuidam de mim em minhas bandas. Gosto muito delas, aliás. Acho ambas bastante eficazes e sérias. Assim como eu, ainda têm muito o que aprender e melhorar. Até porque, quando se acha que não é mais preciso aprender ou melhorar, é quando chegou a hora de abandonar o assunto por completo porque ele perdeu o interesse.
Adoraria ter uma equipe "perfeita" como a do BMQ. Mas acredito que, tanto a banda quanto a equipe, são uma verdadeira seleção de peças perfeitas pro trabalho perfeito, que é completamente especial e raro.
Continuo cobrando das minhas equipes que sejam tão profissionais, eficazes e "perfeitas" quanto eu tento ser nos meus trabalhos. Isso já me satisfaz

Das coisas incríveis que vi (parte 2)

Rob Hunter é técnico de som do Branford há muitos anos. Rob viu a evolução do quarteto. Se não me engano, começou a trabalhar com o grupo quando ele era formado por Jeff "Tain" Watts (bateria), Robert Hurst (baixo) e Kenny Kirkland (piano). Ele viu a primeira substituição, quando Eric Reeves entrou no lugar de Hurst pra não abandonar o posto até agora (ainda bem). Viu a substituição forçada por causa da trágica morte do Kirkland, que deu espaço pra entrada do Joe Calderazzo. E agora foi testemunha da troca do "Tain" pelo Justin Faulkner.
Se tem alguém (além do Branford) que conhece o grupo e o som que ele vem fazendo todos esses anos, esse alguém é o Rob.
Foi conversando com ele que eu percebi todo o assunto da energia do grupo, que vem junto com a música, não separada dela. Na verdade, foi ele quem disse as palavras. Eu só associei o que ele dizia ao que eu sentia.
E ele, por mais suspeito que seja porque faz parte do trabalho, disse que o que esse quarteto faz é único no mundo. Ou pelo menos ele nunca conheceu nada parecido. E, na verdade, seria ótimo conhecer. Um trabalho incrível como é o do BMQ deveria ser repetido muitas vezes (não no nível do repertório ou instrumentação ou mesmo estilo musical, mas no nível da qualidade e características em geral). Mas não se vê isso por aí.
Eu também sou suspeito pra dizer porque, afinal de contas, sou muito fã. Mas eu não conheço quem faça música de uma forma tão completa como esse grupo. É um grupo com nível técnico extremamente elevado, mas com uma sensibilidade ridícula de tão grande. Com uma força, uma energia tão fortes e arrebatadoras, mas com uma beleza tão impressionante. O grupo tem um entrosamento que parece que eles realmente pensam as mesmas coisas (de formas completamente diferentes). Um entrosamento que parece que eles tocam juntos há 50 anos quando, na verdade, não deve ter 2 anos inteiros com essa formação. Parece ser um grupo (independente das pessoas) que aceita e entrosa qualquer um que vier (desde que se encaixe no perfil técnico, sentimental, energético e musical). É um grupo que parece ter vida própria e força própria. Que parece falar sozinho. Que te dá uns tapas na cara, te tira da cadeira e que te faz relaxar aparentemente sem fazer nenhum esforço.
Eu não conheço outro trabalho que seja parecido. Adoraria conhecer... de verdade. Acho que eu seria muito mais feliz musicalmente se eu conhecesse um outro trabalho com as características da música que faz o BMQ.
Quando o quarteto está no palco, tocando, se divertindo, se comunicando, o tempo sempre parece menor do que deveria. Quando acaba, você tem certeza de que acabou de começar e de que é muito injusto já estar no fim. Se dependesse de você, eles ficariam ali tocando por horas e horas sem parar. E isso realmente parece possível quando você está assistindo o show. Porque parece que cada um dos quatro se alimenta da energia um dos outros, e da energia do público, e que essa energia não tem fim e aquilo poderia durar pra sempre.
Conversando com o Branford hoje, antes do show, eu me toquei de que obviamente não era o caso. Tudo aquilo que acontece no palco é maravilhoso (pro público e pros músicos). É revigorante enquanto está acontecendo. Mas é exaustivo. Quando ele disse que passou o dia na cama, descansando da noite de ontem, eu me toquei de que quando eu estou no palco, com minhas bandas (que são ótimas pra mim, mas não estão nem perto do que os quatro fazem em termos de dedicação de corpo e alma durante os shows) eu sinto essa realimentação de energia entre os da banda, e entre cada um de nós e a plateia. Eu termino os shows numa animação, numa adrenalina e numa energia que são raros em dias comuns. Mas quando o corpo e a cabeça relaxam, o cansaço que vem é normalmente maior do que o dos dias comuns também. E imaginei como não deveria ser essa sensação depois de se fazer um show como o que o BMQ faz.
Fiquei querendo perguntar pra ele por que ele faz aquilo, se fica tão cansado depois dos shows e com as viagens e os compromissos que não têm nada a ver com a diversão da música. Não perguntei porque achei a minha resposta pra essa pergunta. Aquele momento no palco, fazendo a música (que pode agradar ou não), trocando aquela energia... aquele momento é altamente viciante. E por mais que o depois seja exaustivo, que os compromissos extra-palco sejam sacrificantes e ruins, eles são muito necessários pra se ter aquele momento em cima do palco.

E foi vendo o grupo na noite de ontem e de hoje que eu percebi que muito provavelmente não vou chegar ao nível musical e sensorial deles. Não devo chegar nem perto. Mas tudo bem... isso não pode ser pra todo mundo porque se fosse, não teria nada de especial. Me contento em me esforçar pra fazer o meu melhor quando for a minha vez. Pra dar toda minha energia na troca e pra fazer a minha parte da criação da música. Vou chegar onde tiver que chegar com isso. Mas vou me divertir muito no caminho. E quanto a essa realização especial... vou me contentando (aliás, me contentando muito) em saber que de vez em quando eu vou poder fazer parte dela num palco mundo afora.

Das coisas incríveis que vi (parte 1)

Uma das experiências mais incríveis que eu tive na minha vida foi quando, em 2004, eu assisti o Branford Marsalis Quartet ao vivo em São Paulo.
Eu ainda não escrevia aqui, por isso não há um texto documentando o que foi aquilo.
Naquele sábado, eu iria conhecer um dos meus ídolos (que são pouquíssimos) e ia assistir, de perto e ao vivo, um dos grupos mais impressionantes que eu conheço.
Naquele sábado, eu e Ana chegamos em Sam Paulo de manhã, nos encontramos com o Branford no hotel de tarde e passamos horas conversando. Falando sobre música, footbal, coisas sérias, besteiras, de tudo. Do hotel, encontramos a banda e fomos jantar. E do jantar pro show. Drita do Cavaco foi testemunha desse show também. Eu não tenho palavras pra descrever o que foi aquele dia. Não só pela amizade que se criou mas pelo privilégio de assistir aquele show e aquela banda.

Depois, em 2006, vi outro show do grupo, nos EUA. Mais uma vez impressionante ver como os quatro (Branford Marsalis, Joey Calderazzo, Eric Reeves e Jeff "Tain" Watts) conversavam no palco. Como se divertiam, e que energia impressionante saia daquela música incrível.

Por causa do meu descuido de saúde na viagem pra Europa em 2008, eu perdi a oportunidade de ver esse quarteto por uma última vez em São Paulo. Fiquei sabendo depois que o show foi adaptado pra ser um pouco mais pop pra plateia que aguardava o show da Chaka Kahn, mas que foi excelente ainda assim.

Pouco depois disso o quarteto foi alterado. A saída de Jeff Watts abriu caminho pra revelação de Justin Faulkner. O quarteto novo ainda não gravou nenhum disco e eu só ouvia falar do novo baterista.

Pois ontem eu fui ao Jazz at Lincoln Center assistir o show do novo BMQ.
Por mais que eu tenha percebido a grandeza do grupo em 2004 da primeira vez que eu os vi, na época era tudo muito impressionante, novo e arrebatador, e essa foi a impressão que ficou do grupo.
Por mais que eu tenha confirmado a força que o quarteto tinha em 2006, outras coisas incríveis estavam acontecendo ao mesmo tempo na minha vida, e a impressão do grupo estava misturada aos outros acontecimentos.
Dessa vez não... dessa vez foi só eu, olhando e ouvindo os quatro no palco. Tocando como se não houvesse amanhã. Tocando como se essa fosse a última e única chance de expressar tudo o que cada um deles tem passando por suas cabeças, corações e corpos. Tocando como se aquela plateia fosse a única privilegiada no mundo a interagir com eles. Tocando como se precisassem desafiar, se defender, elogiar e conversar uns com os outros. A energia que cada música trazia era totalmente diferente, mas igualmente forte. Fosse nas músicas novas (duas pancadas) que ninguém da plateia conhecia mas já gostava. Fosse na balada do último disco que é de fazer qualquer um se arrepiar. Fosse no standard pra encerrar a noite, a força daquele som é uma coisa indescritível. Ainda arrebatadora e impressionante.
Mas o mais assustador é que, no meio de toda essa energia, de toda essa comunicação dos quatro com eles próprios e com a plateia, misturado em toda aquela força tem, de fato, música. Tem uma melodia. Tem um sentido. Não é simplesmente demonstração de técnica, energia e força. É tudo isso embalado num maravilhoso pacote de música. Música pra qualquer gosto. Música pra quem gosta de jazz ou não. Música pra quem gosta de dançar ou não (em muitos momentos durante o show, seria muito possível todo mundo levantar e dançar). Música pra quem gosta de música.

Fui repetir a dose hoje. Dessa vez convidado, e com a Brenda junto (que, até onde eu sei, não é fã de jazz, assim como a Ana não era quando foi assistir o quarteto comigo em SP).
O show de hoje foi tão maravilhoso quanto o de ontem. Caminhando perfeitamente por um roteiro que se abriu com uma das músicas novas, seguiu por um Thelonious Monk (Teo), revisitando um clássico do próprio Branford (In The Crease), numa reinterpretação surpreendente (segundo o próprio, graças ao estilo do novo baterista), e encerrando com a minha preferida do último disco (Sando), que é uma longa performance que abre com um solo de baixo (palco limpo pro Eric Reeves fazer o que quisesse nele), recebe lentamente as entradas do piano e bateria, cresce até a aparição do soprano, cresce ainda mais até a aparição de um segundo tema que encerra a música.

E assim terminou a noite pra mim (o show do Terrence Blanchard ia começar pouco depois, mas não tinha espaço pra ele nos meus ouvidos hoje). Dali foi confraternização. Foi rever os músicos, trocar bobagens com Rob e Rod sobre som, sobre produções e sobre mais bobagens, rever a Nick, jantar, me despedir mais uma vez de pessoas com quem eu adoraria ter muito mais contato mas a distância é grande, e vir pra casa escrever sobre o assunto.

Não cabe tudo num post só porque cada assunto é um assunto diferente, e se esse já está grande, imagina se eu resolvesse continuar escrevendo aqui. Quem quiser continuar lendo, pule para os próximos.