segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Eu não sou religioso e tenho dificuldade em acreditar em alguma coisa espiritual ou coisa parecida. Mas às vezes acontece uma coisa ou outra que me fazem pensar que não é possível não existir nada por trás de tudo isso.

Faz uns três dias, estava procurando o que escutar pelo meu iTunes e esbarrei com o disco "Rita Peixoto e Carlos Fuchs" e não consegui sair dele. Botei o disco pra tocar e embalar meu sono numa dessas madrugadas pouco dormidas da semana que passou. No dia seguinte, tive de novo uma vontade gigante de escutar o disco, e o fiz. E passei esses últimos dias vidrado (de novo) naquela voz.

Aos poucos eu fui lembrando que, em 2005, de Aspen, eu liguei pra casa dela. Contei como as coisas estavam por lá, como eu estava me divertindo... conversamos um pouco numa ligação internacional ótima...
E lembrei que voltei pro Rio em abril de 2006 e soube que não conseguiria vê-la de novo.

Começou a fazer sentido a causa daquela vontade tão grande de ouvi-la cantando de novo nesses últimos dias...

Ryta se foi poucos dias depois de eu voltar de viagem, no dia 25 de abril... há 4 anos.

Não convivi muito com ela por inúmeras confusões, mas sempre me lembro do carinho que ela tinha comigo.
Eu estava entrando na "família" quando ela, já Ryta de Cassia, gravava seu último disco "Bicho Doméstico". Eu, assistente na Tenda, recém chegado em 2001, estava gravando as bases do disco. E me lembro de me sentir sempre muito bem vindo e bem acolhido por ela.

Confusões à parte, fiz alguns shows com ela depois, como roadie. Testemunha novamente daquela voz incrível ao vivo, na minha frente...

Me emocionei vendo no Scala, no único momento solo não-protagonista do espetáculo "South American Way", a personagem Maria Emília (mãe de Carmem Miranda) perder seu sotaque português e cantar lindamente "Coração", canção que foi então incluída no "Bicho Doméstico" também em versão incrivelmente linda.

Meus momentos com a Ryta foram poucos mas foram grandes.

Entendi que o acaso ou qualquer coisa que exista por trás de tudo isso quis me fazer lembrar dela. Entendi que a vontade de repetir os discos várias vezes ao dia era saudade.

Esbarrei com esse lindo texto de Antonio Saraiva que insisto que seja lido por quem tiver um tempinho de sobra.
Voltei ao myspace dela, criado em homenagem, pra rever comentários e relembrar um pouco (e insisto também que seja visitado e que as músicas sejam escutadas).

E coloquei de novo os discos dela pra tocar.

Salve Ryta!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

medo... muito medo

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u722561.shtml

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Brasøv nos Arcos

A final do campeonato carioca está logo ali. Serão 1 ou 3 jogos pra decidir quem é o grande campeão do Estado do Rio de Janeiro. O primeiro deles (que pode ser o único, ou não) acontece na tarde deste domingo que se aproxima. Não consigo pensar numa decisão mais importante do esporte mundial. Não consigo pensar num momento mais relevante da história desse país. Não consigo pensar num evento que me deixe mais interessado do que esse.

Aliás, consigo sim.

No mesmo domingo, no mesmo estado, na mesma cidade, no mesmo horário (praticamente), acontece um show gratuito do Brasøv.

Ok... no meu caso, poderia acontecer praticamente qualquer coisa que eu acharia mais interessante do que a final do carioca.

Mas o caso é que haverá o show do Brasøv. E quem se importa com futebol, não é mesmo?

O jogo é grátis? Não
O show do Brasøv é. (Brasøv 1 x 0 Jogo)

O jogo vai se repetir semana que vem? Talvez sim, talvez não
O show do Brasøv vai? Sim, mas no Viradão Cultural. (Brasøv 1 x 1/2 Jogo)

O jogo vai mudar alguma coisa na sua vida? Não (a menos que você seja jogador do Flamengo, do Botafogo ou técnico ou dirigente de um dos dois clubes)
O show do Brasøv vai? Com certeza absoluta. (Brasøv 2 x 1/2 Jogo)

O que, exatamente, eu não sei. Se você vai ser uma pessoa mais feliz, mais triste, mais calma, mais nervosa, mais sã, mais doente, eu não sei. Mas que alguma coisa vai acontecer, ah isso vai... eu garanto. Nem que seja alguma coisa acontecer pra te deixar mais indiferente à existência do Brasøv. Mas com certeza, alguma coisa vai acontecer com você.

A menos, claro, que você não esteja lá. O que seria um absurdo. Portanto, não cometa um absurdo e faça-se presente ao Mercado do Arcos.

Eu sei que não preciso dizer onde acontecerá o Mercado dos Arcos porque o nome já é bastante sugestivo. Mas desde que tiveram a brilhante ideia de fazer o Rock In Rio em Lisboa, é sempre bom dizer exatamente onde as coisas vão acontecer, mesmo que o endereço do evento esteja estampado no nome do mesmo.

Portanto, faça-se presente nos Arcos da Lapa, neste domingo 18 de maio, às 16h, para um brilhante show do Brasøv com participação especialíssima do Baixista Mascarado!!!

E não se fala mais nisso!

PS: Depois do show, faremos mais um ensaio da Go East Orkestar de folclorices e ciganices balcânicas às 19h na Praça São Salvador. Eu vou do show direto pra lá, e você?

PS2: Ainda precisamos de tubas, bombardinos, trompetes, trombones, saxofones, clarinetes, enfim, sopros em geral

quarta-feira, 14 de abril de 2010

mais snoopy

Eu ainda não vi o episódio inteiro, mas tenho certeza de que é genial. O segundo video abre com uma das melhores músicas da história do Peanuts.







Oh, deus

O que será dos flamenguistas agora? Ou melhor... o que será dos ouvidos dos não-flamenguistas agora?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

às vezes nada sai

Tantas coisas acontecem na vida das pessoas ao mesmo tempo. Às vezes é difícil até dar atenção a tudo o que se passa. Ainda assim, algumas pessoas conseguem sentar na frente do computador e escrever em seus blogs, diários, sites, emails... basicamente, ser produtivo com as palavras.
Eu não...
Muito trabalho (ainda bem), muitos shows (ainda bem), alguns ensaios (às vezes não tão ainda bem assim), novos projetos (que mesmo sem tempo, isso é ser louco) e algumas coisas e/ou problemas antigos (ou seriam antigas? com quem eu devo concordar nesse caso? com as coisas ou com os problemas?). Tudo isso junto me tira a vontade e/ou habilidade de escrever alguma coisa que preste.
Nem mesmo divulgação dos últimos eventos eu fiz.

Talvez seja hora de tentar mudar isso com um resumo (ha ha ha) da minha história recente.

Alguns dos trabalhos foram finalizados, com ênfase especialíssima no fim da edição do "É Com Esse Que Eu Vou", que não é disco da banda com o mesmo nome, mas um projeto à Sassaricando, sob produção de Luis Filipe de Lima, o que sempre significa muito trabalho.
Pois esse me levou quase 4 meses corridos pra finalizar. Peguei o material em janeiro, época em que a última coisa que minha cabeça conseguia pensar era em trabalhar.
O carnaval veio e foi, e eu sentado na cadeira no quarto do meu irmão atacando baterias, surdos, pandeiros, ganzás, reco-recos, caixas, repiniques, congas e baixos.
As águas de março vieram de leve, e eu sentado na frente do computador atacando violões, cavacos e 7 cordas.
Finalmente, numa noite em claro lá no estúdio, o fim se aproximou e finalmente chegou.

Minhas idas à Tenda ficaram um pouco suspensa durante o processo insano de edição do É Com Esse, mas já se normalizaram e Carlinhos, apesar de ter sofrido um pouco hoje, já está mais contente. Obrigado ao universo por termos encontrado o Henrique quando mais preciso. E ta mesmo na hora de colocar o inglês pra trabalhar. Se ele quer morar no Brasil, era bom trabalhar no Brasil também um pouquinho, né?

Ensaios com o Canastra para criações de arranjos das músicas novas para a gravação de um single e, num futuro próximo, do terceiro disco da banda, meu primeiro com eles. Confie em mim!

Shows com o Jonas Sá, numa linda temporada no Cinemathèque em fevereiro/março, com uma banda incrível na qual nunca achei que realmente me encaixava (é difícil se achar confortável em meio a Raphael Miranda, Rafael Rocha, Alberto Continentino e Pedro Sá).

Shows com o Brasøv (hein????). Sim... shows com o Brasøv. Em dezembro a gente conversou e resolveu que, de repente, era melhor dar uma desascelerada (ta certo isso?) nos concertos. Janeiro chegou com um showzinho só... devagar como tínhamos combinado. Fevereiro nos viu uma vez no Rio e outra em SP. Aí chegou março pra desandar tudo... 4 shows no mês, abril mais 2, talvez 3, e maio batendo recorde de 2009... são 9 shows em um mês, mais a gravação do Som Brasil da Rita Lee.

No meio de tudo isso me consumindo bastante tempo, finalmente consegui, me juntando à Tetê e Sol, tirar da imaginação, do papel e colocar no mundo o embrião de uma orquestra de música balcânica. Nasceu a Go East Orkestar de folclorices e ciganices balcânicas. Ainda somos poucos, mas somos fortes como a música. Um dia seremos muitos e aí vai ser bom demais.

Enquanto isso a vida vai passando. Novas pessoas chegando. Velhas pessoas sumindo. Algumas pessoas reaparecendo. Umas sensações novas. Outras nem tanto. Alguns pensamentos comuns. Outros inéditos. Umas conclusões satisfatórias. Outras um pouco perturbadoras. E algumas inconclusivas.

Às vezes acho que se eu conseguisse traduzir o que se passa comigo em letra ou música, talvez saíssem coisas boas. Nunca tive essa habilidade, no entanto. Imagino que isso possa ser dito da maioria das pessoas do mundo. Sorte dos que conseguem fazê-lo. Mas não me acho menos sortudo porque não sou um deles. É só que a grama do vizinho é sempre mais verde. Mesmo quando sabemos que a nossa grama também é ótima.

Enfim, esse papo herbívoro de grama não é pra mim. Meu negócio é mesmo a carne. Vamos à caça de um pouco dela em Sorocaba e São Paulo.