quinta-feira, 9 de julho de 2009

USA Today (part 9)

Acordei cedo (pros meus padrões) e às 11 da manhã estava de pé, montando o saxofone e pensando no que fazer.
Da outra vez que eu estive aqui eu estava com o saxofone também. Mas não tocava há 4 meses e não tinha ideia do que aconteceria se eu tentasse. Além disso, era a primeira vez na casa do mestre do saxofone e eu não tive coragem de experimentar.
Dessa vez é um pouco diferente. A família já me conhece... ninguém nunca me ouviu tocar (o que pode ser bom), e eu venho tocando em shows com certa frequência ultimamente. Então, apesar de ruim, não é de doer.
Pois bem... quando eu comecei a tocar não tinha ninguém em casa. Cada um estava num canto da cidade e eu estava sozinho. Foi mais fácil começar. Fiquei uma hora e um pouquinho tentando ler as músicas que eu trouxe. Nada de estudar... só tocar. Estudar requer uma rotina que eu não tenho nem tenho ideia de como criar. Mas toquei...

Parei um pouco pra comer qualquer coisa e descobri que o Branford tinha voltado pra casa. E pouco depois, ele começou a estudar.

É certo que ele já estudou muito na vida dele, e já tocou muito na vida dele, e hoje em dia é um dos maiores nomes do saxofone mundial, especialmente no jazz (se não for o maior). Mas ele continua estudando, basicamente música clássica, e ele tem um jeito bem louco de estudar.
Escolhe uma peça qualquer pra tocar... desde que estou aqui, tem sido o Scaramouche e Fantasia para saxofone, do Villa Lobos. Aí ele toca um pedaço... para e repete onde não está bom... ok, até aí, nada de estranho.
Aí, chega um email no computador dele. Ele para... vai ver o email, responde, lê alguma coisa do New York Times ou qualquer outro jornal online (tudo isso com o metrônomo tocando sem parar), de repente levanta e volta a tocar do ponto onde ele tinha parado. Até ficar satisfeito...
Aí chego outro email ou alguém fala alguma coisa que chama a atenção na televisão (sim, porque é o tempo todo com a TV ligada), e ele para de novo. Presta atenção no que tiver que prestar... faz alguma outra coisa no computador... e de repente volta a tocar.
Aí resolve fazer exercício ao invés de tocar uma peça. Faz o exercício uns 10, 15 minutos e para por um novo email, ou qualquer outra coisa. Ou pra fazer um sanduíche (de virginia smoked ham, delicioso, aliás), come... aumenta a velocidade do metrônomo e volta a fazer o exercício. Para pra escovar os dentes... volta a tocar. E assim ele vai até a hora do próximo compromisso.

Nesse tempo dele estudando eu comi, vi algumas besteiras com ele no computador e na televisão, cansei de assisti-lo estudando e voltei pro quarto pra tocar um pouco mais.

Eu, que já não tenho muita disciplina nem uma rotina de estudo, estou só lendo as músicas dos livros que eu trouxe, tocando umas coisas da Ciocarlia ou qualquer outra coisa cigana. Lembrando um ou outro tema do Brasøv que são mais complicadinho de tocar. E interrompendo meu "estudo" pra falar com alguém no msn, skype ou facebook. E agora que eu vi que o Branford interrompe o dele para o computador, faço isso com menos culpa.

No total de hoje, imagino que tenha passado umas quase 3 horas tocando (em três turnos de quase 1 hora em média). Lendo, lembrando de uma cousa ou outra... mas estudar técnica ainda não. Preciso montar uma rotina pra isso e não vou fazer isso agora... Quem sabe, com ajuda e incentivo, quando voltar pra casa?

No mais, um belo jantar de frango com batatas (é... batatas), cenoura e mushroom (que não é funghi nem champignon). Uma bela conversa no jantar em família... e depois do jantar, a hora da bagunça das crianças.
Thais e Peyton resolveram desenhar e a Thais resolveu fazer cartões. Fez um pro pai, um pra mãe, um pro Reese, um pra Payton, e depois perguntou como se soletrava meu nome. Escreveu o nome de um lado, desenhou e coloriu (com todas as cores que tinha à disposição) um cartão e me deu. Não quis me dar um beijo mas me deixou dar um nela.
Depois, quando eu conseguir pilha pra câmera, eu tiro foto do cartão que ganhei e coloco aqui.

As crianças foram dormir e eu resolvi tirar a barba. Peguei a máquina emprestada com a Nick, subi pro quarto e fiz isso
Antes

Depois


E depois, no banho, fiz ainda mais isso

Espero que isso não me traga problemas nas próximas viagens porque os seguranças têm olhado muito pro meu passaporte, pra minha cara e pro visto. Agora sem barba eles podem se confundir, né? Alguns são meio idiotas...

5 comentários:

marinaesanta disse...

Meu Deus!!!! são tantas perguntas...
1. Qual a diferença entre mushroom, funghi e champignon?
2. VOCÊ, comendo batata????
3. Quando você vai pedir ao Reese pra comprar suas pilhas? hoje já é quinta-feira!!!!!

GNORANTE disse...

Algum incentivo para estudar???
ahhh vai a merda!!!!!!


Crianças pequenas tem medo de barba,e nao adianta tirar pq ela cresce em duas horas!!huahuahuahu

Carol Pires disse...

Oi Daniel!
Passando por aqui e lendo seu blog, fiquei pensando como é estimulante para o meu fazer ouvir você.
Você tá vivendo, né? Se deixando alimentar criativamente pelo outro.
Tô achando incrível você estar tão perto do dia-a-dia de um músico como Branford (isso porque eu já ouvi vc falar que não é músico) e ver como as perspectivas se modificam. Você aí tocando e se deixando ouvir (e se ouvindo) por um outro que vive esse instrumento assim como você.
Bravo Adoro!
Ai que alegria!

Pati e Loló disse...

Viu Dani, plantas não mordem e fazem bem à saúde. Além disso, são muito gostosas.
S/ barba = 10 anos mais jovem...
e tenho dito.
Bjs, Pati e Loló

amourinha disse...

1. o mushroom é champignon sim, só que o champignon é em conserva, mas são o mesmo tipo de cogumelo, o paris
2. VOCÊ, comendo batata????
3. eu gosto com a barba, mas vc sabe disso
4. Incentivo pra estudar, definitivamente não é alguém no seu pé falando isso, se não você já tinha começado há anos, mas fico feliz que tá começando..