domingo, 5 de julho de 2009

USA Today (part 5)

Hoje foi dia de final de campeonato. EUA e Canadá fizeram o último jogo do JWC no que foi um jogo chato que me irritou muito no final.
Eu sou um adepto fortíssimo da esportividade no futebol americano. Por ser um jogo violento que coloca em risco a saúde de muita gente, eu não vejo razão nem sentido em jogar uma partida vencida como se ainda estivesse sendo disputada até o final.
Explico dando o exemplo de hoje.

A 6 minutos do fim do jogo o placar mostrava 42 (ou coisa parecida) pontos pros EUA, contra 3 pontos pro Canadá.
6 minutos de jogo é bastante tempo, e não existe a opção de simplesmente terminar a partida com esse placar faltando 6 minutos pra acabar.
Mas seu time tem quase 40 pontos de vantagem sobre o adversário que, nos 42 minutos anteriores, conseguiu marcar apenas 3 pontos. As chances desse adversário marcar 40 pontos nos últimos 6 minutos de jogo são tão grandes quanto as chances de você ganhar sozinho na sena três vezes seguidas.
Existem duas opções pra você, claro vencedor dessa partida. Continuar jogando seu jogo normal, fazendo passes que, se incompletos, param o relógio e demoram a terminar a partida

ou

mudar a estratégia para um jogo corrido desenhado especificamente para gastar o tempo e você poder ser declarado vencedor (e, nesse caso, campeão) o mais rápido possível, colocando a saúde de seus jogadores no menor risco possível.

A segunda opção é, na minha opinião, a opção da esportividade.

Mas, ao contrário, os americanos resolveram continuar com o jogo de passe deles, tentando marcar mais pontos pra aumentar a vantagem final no placar pra, depois de consagrados campeões, ainda poderem dizer por aí que eles ganharam o último jogo de 1 milhão a 3...

Agora, qual é a vantagem de ser campeão ganhando de 100x0 ou de 1x0?

Eu sei que essa mentalidade de humilhar o adversario é bem forte no Brasil. É raro você ver um time jogar pra gastar o tempo do último quarto quando a vitória é certa. É mais comum ver nego querendo marcar mais pontos pra tirar onda de fodão com placar elástico.

Enfim... eu acho uma bela babaquice. Mas assim como sei que não sou o único que pensa assim, também sei que os que pensam diferente são numerosos, e estão em todos os níveis da prática do esporte.

De qualquer jeito, eu acho ainda mais grave ter essa mentalidade anti-esportiva quando você é técnico de um time de garotos de Ensino Médio. É esse o tipo de exemplo que você, essencialmente professor dessa molecada, quer passar? Que não basta ganhar, o importante mesmo é humilhar o adversário?

Eu entendo a revolta contra o espírito esportivo olímpico de que o importante é competir. Ninguem compete pela simples competição. Todo mundo compete pra ganhar, se não, não há competição.

Mas é bem diferente competir para ganhar e competir pra humilhar seus adversários.

Enfim... fim de jogo e uma bonita (e looooooooonga) festa de premiação para todos os 8 times participantes do JWC (Nova Zelândia, França, Suécia, Alemanha, México, Japão, Canadá e EUA). Fim de papo no campeonato. Não sei se tem algum tipo de comemoração hoje mas também não tenho mais paciência nenhuma de conviver com o povo do futebol americano mundial.

De volta ao hotel, acho que hoje é dia de arrumar malas (Miguel vai levar meu terno de volta pra casa porque é muita sacanagem perder espaço de mala com uma porcaria que não vou usar nos próximos meses nem aqui nem no Brasil), jantar em algum lugar próximo (o almoço foi no Ruby Tuesday), ficar na internet até não muito tarde e dormir pra acordar cedo amanhã pra fazer a viagem de volta pra Cleveland e o aeroporto.

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