terça-feira, 30 de junho de 2009

Paraíso frio como o inferno (parte 6)

Eram dois grupos de convites diferentes porque foram pedidos em momentos diferentes. Um grupo de convites, o da Pati, era altamente vip... sexta fileira, provavelmente na frente do palco... coisa de gente importante.
O outro grupo era o meu... dado pelo Marcelinho e RDG. Fila 23 (eram 30 filas, eu acho), na lateral direita... fora da linha do PA, via-se o palco inteiro mas só metade do cenário e nada do telão.

Pouco me interessava o cenário ou o telão (que eu até vi numa hora que resolvi ver o show do meio do teatro e, tanto o cenário quanto o telão estavam muito bonitos), mas o fato de meu lugar ser fora da linha do PA me irritou.
O som, pra mim, era só sub grave (aquele grave embolado que não dá pra entender nada mas vc sente o peito tremendo) e um médio agudo irritante de voz. E como eu fui pra ouvir meus amigos tocando, não pra tietar o caetano, me irritei com o som onde eu estava.

No meio do show eu fui ver se era incompetência do técnico do caetano (o que eu achava altamente improvável) ou do equipamento e da disposição do som.
Pois era culpa do segundo. O som estava muito bom, bem definido e com peso no meio do teatro. Entre as caixas do PA. Sentei-me pouco à frente de onde estava a mesa de som por algumas músicas (não sei porque não fiquei lá o resto do show, já que o teatro estava meia bomba) e o som estava muito bom. Deu pra ouvir a banda inteira, entender o que cada um estava fazendo. Pessoalmente, eu teria colocado mais baixo na mix, mas "cada um, cada um".
Aí deu pra ouvir todas as notas do Pedro, deu pra entender as linhas do RDG e ouvir cada batida do Marcelinho. Além do violão e voz do caetano.

De volta ao meu lugar dava pra ouvir muito do Pedro (demais até), bastante do violão do caetano, alguns tambores da bateria do Marcelinho, um pouco embolado de voz e nada que se compreendesse do baixo a não ser o sub grave.

De qualquer jeito, deu pra perceber (conforme eu falei pros três) que, ao contrário da primeira turnê (do Cê), o entrosamento dos três (Pedro Sá, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) já é muito evidente. Os três já estão tocando junto mesmo sem terem tanta estrada nesse show.
Na turnê do outro disco eu assisti um dos primeiros shows e depois vi um dos últimos. A diferença foi tão gritante pra mim que parecia que o show tinha mudado completamente. Os três nunca tinham tocado juntos com frequência e não tinham o entrosamento e a vivência uns dos outros, e do caetano também. E no fim da turnê isso já existia... e a música fluia muito melhor e naturalmente.

Esse show já tinha isso. Mesmo sem uma estrada longa por trás desse disco, os três já se entendem muito melhor, e se entendem muito melhor com o caetano. E já tocam uns com os outros e a música é muito mais viva e fluida.

Falta, talvez, um pouco mais de experiência pro show se descerebralizar um pouco. Mas a cerebralização desse show não é tão evidente assim, e não esfria nem um pouco.

Excelente show da "banda Cê"... não faço questão nem presto muita atenção no caetano e em suas letras. Mas o show é muito bom também por causa dos três.

Tentamos três ou quatro restaurantes antes de encontrarmos um aberto à quase-uma-da-manhã de sábado em Curitiba. Um bom italiano cuja especialidade não são as massas, mas sim o pernil de vitela. Aliás... que especialidade!!! Pena que eu não escolhi esse prato. Sorte que sobrou bastante dele de quem pediu.

E aí, por motivos de força maior, não voltei pra Estância naquela noite. Acabei preso em Curitiba por falta de carona pra fazer a viagem ao paraíso.

Um comentário:

Pati disse...

essa palavra...descerebralizar...só escrevendo. Pensou se a gente tem q falar isso? dá nó na língua.