sábado, 11 de julho de 2009

USA Today (part 13)

Quando acordei hoje a casa estava vazia. Fechei minha mala, peguei a câmera e desci com o computador pra esperar alguém chegar.
Pouco depois Nick chegou com as meninas, e lá veio a Thaïs sentar do meu lado e ficar conversando. Dali a pouco, a Nick perguntou o que ela queria almoçar e ela respondeu "peanut butter with jelly". E já foi buscar o pão, a manteiga de amendoim e a geléia (é... parece horrível. A manteiga de amendoim é, na verdade, a pior parte. Mas se vc colocar pouco, fica suportável). Quando a Nick ia começar a preparar o sanduiche dela ela disse "mommy, I want Daniel to make it".
E lá fui eu fazer sanduiche pra Thaïs. E tem que cortar a casca do pão porque ela não gosta... e "why don't you make one for you?"... e lá fui eu fazer um pra mim pra comer junto com ela.
Nos divertimos, eu e Nick, com a pequena Thaïs falando, falando, falando, falando e rindo um monte. Aí ela resolveu que a gente precisava jogar um jogo. E foi me explicar como jogava.
Peyton chegou pra se juntar a nós no joguinho. Jogamos até o Branford chegar em casa (do golfe, claro) e me chamar pra descermos pra gravar o tal do programa pra Lufthansa.
A sessão de jogo serviu também como sessão de fotos. Thaïs tirou várias fotos da irmã, minhas e dela própria. Eu tirei umas poucas das duas. E assim que eu chegar em LA eu coloco algumas delas no ar. Aviso logo que não tirei foto nem com o Reese, nem com Nick nem Bran.
Já eram quase 2 quando a gente desceu, e eu não tinha muito tempo. Mas ele não tinha visto a hora então a gente começou a gravar e eu me enrolando pra tentar fazer alguma coisa acontecer naquele Protools (por que o mundo não usa Logic? Minha vida seria tão mais fácil). Gravamos um pouco, editei um pouco, e aí vimos que já eram 2:15 e era hora de partir.

Me despedi do Reese, da Nicole e da Peyton com um abraço. Agradeci pela hospitalidade de sempre e por realmente me fazerem sentir em casa. E a pequena Thaïs perguntou "are you ever comming back?" Eu disse que esperava que sim. Dei um abraço nela, peguei minhas coisas e entrei no carro com ela mandando beijos e se despedindo.

Adoro a Nick e a Peyton está linda e simpática e menos tímida em casa. Mas a Thaïs é minha paixãozinha. Espero não demorar 3 anos pra reve-las.

Vim ouvindo uma conversa do Branford com o irmão dele, Delfeayo, sobre jazz e como tem um monte de gente que acha que jazz é só estudar escalas e padrões e chegar no palco e mostrar pra todo mundo que você estudou tudo e sabe tocar aquilo tudo perfeitamente. E como isso é ridículo porque jazz é criatividade. É improviso. É tentar fugir dos padrões.
Isso tudo com exemplos da música do Coltrane, do Sonny Rollins, do Ornette Coleman. E ainda um paralelo com o futebol, especificamente com a final da Copa das Confederações entre EUA e Brasil.
E como esse povo que acha que jazz é estudar e executar tudo com perfeição é exatamente como o time dos EUA que treina, treina, treina, tem disciplina... chega na final contra o Brasil e faz um primeiro tempo perfeitamente executado. E usa um esquema tático que consegue trancar o esquema tático do Brasil e marca 2 gols. E aí, no segundo tempo, o Brasil resolve que vai simplesmente jogar futebol e marca 3 gols que deveriam ser 4 por um gol não validado porque o bandeirinha é cego.
E a única diferença entre o esporte e o jazz é que ninguém nos EUA tinha coragem de dizer "nós somos melhores que eles e vamos ganhar essa copa". No máximo, eles dizia "quem sabe, se a gente usar o esquema certo e tiver disciplina, a gente pode até ganhar", enquanto no jazz, nego que não sabe criar nada e toca apenas o que estuda e não sabe nada de jazz, tem coragem de dizer quem sabe e quem não sabe tocar jazz. Tem coragem de ditar o que é bom e o que não é bom no jazz.
É por isso que eu não peço pra ele me ajudar quando eu estudo. Por isso que não peço pra ele me dar dicas de técnica e de como estudar. Porque ele já me diz muito quando eu escuto essas conversas. E quando a gente conversa sobre isso. E a coisa que ele mais me diz e diz pra todo mundo que quiser ouvir é "se você quer fazer música, então escute música e toque. Não adianta ficar só estudando técnica, escalas e teoria porque isso qualquer idiota não-musical pode fazer. O importante é saber ouvir. Não adianta entender a teoria da música se você não sabe escutar a música". Isso já é conselho suficiente pra mim.

Enfim... chegamos ao aeroporto, um abraço de despedida. Mas agradecimentos por tudo. Aqui estou esperando ser chamado pra embarcar no primeiro dos meus 2 voos e 9 horas de viagem até chegar em Lala Land.

Um comentário:

amourinha disse...

"are you ever comming back?"
que coisa mais fofa!!
definitivamente ela tava apaixonada por você.. e você por ela, né!