terça-feira, 5 de maio de 2009

acabou que valeu a pena

Saímos, eu e Drita, às 6:30 de casa pra pegar o ônibus das 7:20. Chegar em SP tipo 13h e ir direto pro palco na Avenida São João.
Dois hamburgeres (alface, queijo, molho especial, cebole a bla bla bla bla Não... eu não comi Big Mac) e duas cocas depois, encontramos Fabiano Krieger e Carol, sua namorada, em frente às caixas do PA do lado esquerdo. Em frente mesmo... colados à grade que ficava a uns 50 metros (como se eu tivesse alguma noção de distância) do palco, dando espaço pros Vips. Eram 13:40, por aí, e estava rolando a passagem de som que, como todos sabem, é a coisa mais chata do mundo de assistir.
Mas estavam no palco Pepeu, Jorginho e Didi Gomes e Dadi. Cada um checando seus monitores, seus sons... Pepeu via todos os microfones de voz... Jorginho pedia mais caixa, mais hi-hat, mais bumbo em seu monitor. O Dadi tocava guitarra, depois violão, depois guitarra, depois violão... Trouxeram o cavaquinho de gigante afinado como bandolim. Ligaram... viram o som... chegaram os percussionistas... checaram as congas, o bongô, o surdo...
Quando já estávamos todos muito de saco cheio da passagem de som, eram 14h... o tempo não passa quando se está em pé, embaixo do sol (que estava mais forte em SP do que no Rio), ouvindo uma passagem de som. E faltava ainda uma hora pro início da brincadeira. Mas pelo menos ainda estava "vazio".
Aí o povo foi chegando... apertando... a passagem de som continuava... e eu estava pensando em continuar descrevendo esse momento pra dar a exata noção de quão chato esse momento todo foi, mas acho que só ler as primeiras linhas desse post já deve dar a noção suficientemente próxima do que eu estou querendo dizer.

Enfim... 15h e nada de show. 15:10 e ele começou. Começaram com uma música que eu sei que já ouvi em algum lugar e, segundo Fab, é do disco Infinito Circular. A música é legalzinha... "e a razão da vida é / e a razão da vida / é amar" cantava Pepeu.
Seguiu-se a primeira música que eu conhecia de verdade. Pepeu puxou, na guitarra (ao contrário da gravação) e Baby veio cantanto "A Menina Dança". (ok... não sei se a ordem foi mesmo essa mas Drita disse que sim, então eu acredito. Acreditar em qualquer um costuma ser melhor do que na minha memória).
A galera cantou... e Baby fez gracinha. O som estava uma merda, mas nada que tirasse a magia daquele momento. Eu chorei pela primeira vez no show.
Depois, mais uma do Infinito Circular, não sei qual e nunca tinha ouvido e não lembro dela. E aí (se não me engano, o que é improvável) o Pepeu puxou abafadinho a introdução de Tinindo Trincando. Loucura total ali entre Drita, Fab e eu. O resto da galera demora um pouco pra perceber o que está acontecendo.
Nessa hora eu tive meu primeiro momento de irritação. Os percussionistas, não vou citar os nomes porque só sei de um deles, me irritaram. Como é que uma pessoa é convidada pra tocar com os Novos Baianos e não sabe as convenções de Tinindo Trincando? Tudo bem... eu gosto dessa porra e já escutei um monte de vezes. Drita idem, Fabiano então, nem se fala. Mas o mínimo que o filho da puta podia ter feito quando foi convidado, depois do ensaio, na viagem pra SP, no hotel, sei lá... era escutar as músicas e entender as convenções. Todo mundo que sabe alguma coisa sobre Novos Baianos sabe que eles não eram muito chegados a músicas simples e retas... tudo deles (ou quase tudo) tem convenções minimamente complicadas. Mas era só estudar...
Mas por que estudar se você pode não tocar e ficar olhando com cara de percussionista?

Depois disso eu já não sei mais a ordem do show. Sei que eles tocaram Misterio do Planeta (chorei de novo), Acabou Chorare (chorei mais uma vez), Besta é Tu, Um Bilhete prá Didi, Com Qualquer Dois Mil Réis, Alimente, Sampa (afinal de contas, não tinha como não cantar "e os Novos Baianos passeiam na sua garoa / e novos baianos te podem curtir numa boa" na Avenida São João, quase esquina com a Ipiranga) e fecharam com Preta Pretinha. Esqueci alguém?

Nos primeiros versos de Preta Pretinha uma fotógrafa escalou a grade da segregação pra fotografar a galera. Ela escalou bem na minha frente então não tive escolha a não ser assisti-la. Enquanto lá estava ela, fotografando o povão (tinha gente pra caralho naquela porra), a música entrou no refrão. A moça se arrepiou nos dois braços com o povo cantando junto... foi realmente de arrepiar.

O show podia ter durado mais umas duas ou três horas de alegria total. Eles podiam tocar as coisas Lado B tipo Linguagem do Alunte, Bolado, Eu Sou o Caso Deles... eles podia tocar muita coisa que ainda seria um belo show. Mas a pentelha da Maria Rita precisava montar seu palco (como se ela montasse alguma coisa), passar seu som e irritar os espectadores às 18h, portanto, fim-de-show.

A Baby até tentou levantar o público contra a direção da Virada pedindo, no microfone, pra tocar mais uma música... perguntando se a galera queria... mas nada amoleceu os corações de quem mandava naquela porra e o DJ iniciou o processo de dispersão da multidão.

Foi memorável... faltou Morais mas teve Pepeu, Dadi, Jorge e Didi Gomes, Baby, Paulinho Boca de Cantor e Galvão. Estavam todos lá... todos cantaram, dançaram, tocaram. Foi foda pra caralho e valeu a viagem...

Do palco pra rodoviária (com escala num concerto de choro do qual desisti rapidamente), chegando em casa meia noite. Um dia longo mas bem proveitoso. A impulsividade se fez valiosa dessa vez

5 comentários:

Miss Condessa de AlparGatas Domitila Cute Lil Kitty de Orleans e Bragança Krieger disse...

Tá... invejinha...

marinaesanta disse...

Gostei do final... "A impulsividade se fez valiosa dessa vez." Dá gosto ver que a fortuna paga ao Colégio São Vicente em troca de uma boa educação valeu cada centavo!!!!

Natália Lepri disse...

Desistiu rapidamente de uma apresentação de choro???
Vc surta as vezes.....

amourinha disse...

Por que vc tentou ir a uma apresentação de choro..?

E chorou? várias vezes? acho que a camisa lilás está te fazendo mal...
e muita inveja
e eles podiam ter tocado "Ao poeta".. hihi
e eu vou parar de ser bocó, por hoje

beijo

Edu Martins disse...

Queria muito ver de novo um show deles. Vi duas vezes na época do Infinito Circular, e foi muito, muito bom. O show deles no Metropolitan foi sensacional, com direito a um bis infindável, com quase 1 hora.