domingo, 22 de março de 2009

não é perereca voadora!!!

Vou contar a história da perereca voadora que não tem nada de perereca voadora. Mas antes de mais nada, é bom avisar que a história não tem graça contada porque foi menos engraçada quando aconteceu do que absolutamente bizarra...

Aconteceu faz muitos anos... eu e meu irmão ainda dividíamos quarto. Éramos adolescentes, eu tinha apenas vinte e poucos anos e meu irmão nem vinte ainda. Nunca fomos de dormir cedo, e estávamos acordados no escuro, janelas fechadas (não as de vidro porque não se fecha janela no rio de janeiro nem no meio do inverno a menos que vc queira derreter ou tenha ar condicionado), tentando dormir. Não era cedo mas já devia ser além das 2 da manhã (como de costume, não confie muito na precisão da minha memória).
De repente, um sujeito começa a falar alguma coisa do lado de fora.
(Isso é normal aqui em casa... um prédio colado no outro... minha janela com vista pra sala da família do prédio ao lado... uma convivência voluntario-obrigatória muito agradável, que abre espaço pro tipo de chamado divino que eu tive ontem. Aliás, passei o dia com medo de tocar saxofone hoje)
E aí o volume da voz foi aumentando conforme ele ia se irritando...

Deixaram o sujeito do lado de fora de casa (ou assim parecia) e ele estava tentando chamar a atenção de quem o trancou do outro lado da porta. Mas a pessoa que fez isso, fez intencionalmente, e estava ignorando os chamados do rapaz do lado de fora.

('cans é como os americanos chamam todo mundo que nasce abaixo da fronteira do México... são mexiCANS, dominiCANS, etc. São o que a gente conhece por Chicanos)

O rapaz começou a falar tão alto que passou a ser possível entender o que ele dizia (ou quase). E ficou reconhecível o sotaque de 'can dele.

Aparentemente, o chicano foi posto pra fora (ou preso do lado de fora) no fim de um relacionamento com Mariangela. E depois de tanto insistir pedindo pra Marianhela (assim soava o nome dela com seu sotaque) abrir a porta (ele dizia "abre a porta, marianhela!") e ameaçar arrombar o prédio, começou uma discussão e Marianhela veio à janela (fechada) pra bater boca.
O bate boca foi esquentando... e o chicano começou a insultar a moça com seu sotaque de amante argentino que foi posto na rua. Aqueles xingamentos clássicos de quem está puto com alguém... Aqueles xingamentos clássicos de quem está puto com uma mulher...

O chicano se irrita e dá um soco na janela de Marianhela. Sabe aquela cena de filme? O sujeito dá um soco no vidro, quebra a porra toda, limpa a mão e segue a vida como se nasa tivesse acontecido? Não foi assim...

O chicano socou o vidro, quebrou a porra toda, e destruiu a mão junto. Mas o 'can tava tão doido de alguma coisa (ou algumas coisas) que não sentiu nada e continuou xingando a moça. Acho que foi no momento que a janela foi quebrada que alguém chamou a policia.

Eu sei que no meio de tantos xingamentos normais e clássicos, o chicando chama a moça que o deixou fora de casa de

Marianhela, sua buceta pública!

E ele repetiu isso várias vezes até a polícia chegar e não saber o que fazer com o sujeito porque, afinal de contas, a polícia daqui é muito bem preparada.

De qualquer jeito... buceta pública???? Buceta pública??????? Buceta pú-bli-ca????

Eu não sei... mas o cara era um 'can
Bem que me avisaram que essa raça não presta muito

2 comentários:

Natália Lepri disse...

na hora teve graça! eu sei!

nonsense disse...

mas o cara foi preso ou não? ele não era literalmente português, e quis chamar a recatada moça de puta? hummm? enfim? mariangela ainda mora por aí?
Adorei a história mesmo.