quinta-feira, 27 de maio de 2010

Instrumentos Roubados

Uma das situações mais odiosas do universo deve ser perder seu instrumento de trabalho pra um assaltante.
Por sorte isso ainda não aconteceu comigo, mas já ouvi dizer de ter acontecido com muita gente boa e próxima.

Dessa vez foi com o trombonista do Canastra, o Marco Serra Grande. Ele me manda a mensagem que eu estou tentando repassar de todas as formas possíveis e peço pra que todos que ouvirem falar do assunto, repassem a mensagem por aí.

Dessa forma, a gente dificulta a revenda dos instrumentos e possibilita a recuperação dos mesmos pelos donos.

Aqui vai a mensagem original do Marco, dando conta de um trombone e um trompete roubados:

Meus amigos e colegas de profissão,
Quero comunicar que ontem tive a infelicidade de ser assaltado aqui em Santa Teresa, na compania do meu amigo também músico Tom Ashe. Levaram nossos instrumentos e celulares.
Um trombone YAMAHA YSL-354, dourado, num soft case cinza, contendo um bocal SCHILKE 47B e um trompete YAMAHA YTR-2320, dourado.
Quem puder colaborar repassando esse email a todos os músicos conhecidos ajudaria bastante as chances dos instrumentos serem encontrados.
Agradeço a ajuda de todos!
Abraços

Eu sei que o alcance desse blog não é dos maiores, mas se todo mundo se esforçar minimamente pra repassar a mensagem, o alcance fica muito maior.

Obrigado

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Água de Moringa e Joel Nascimento

Terça-feira foi dia de ver mais um filho ser jogado no mundo.
No Teatro Carlos Gomes, o Água de Moringa lançou seu último disco, Obrigado Joel, que eu gravei e mixei durante quase 5 anos.

A gravação do disco começou em 2005 (acho). Foi interrompida por minha viagem pra Aspen, retomada com minha volta, interrompida por compromissos individuais de cada um dos moringuetes, e sempre retomada novamente. O último gás ao disco foi dado pelo próprio Joel do Nascimento, quando perguntou se a ideia do disco era fazer uma homenagem póstuma a ele. Aí os moringuetes resolveram correr pra fechar últimos solos e me mandar mixar.

As pessoas estão me sacaneando porque eu disse que o show foi lindo e emocionante, mas tenho certeza que já tinha dito isso antes durante a mixagem desse disco (talvez não aqui porque acho que nem tinha um blog, mas com certeza disse isso pra eles do Água). As gravações do disco eram sempre divertidas... os moringuetes são seres muito doentes e loucos, que raramente conseguem falar sério, mesmo quando estão com problemas, como os arranjos do Jayme, pra resolver. As sessões eram sempre cheias de bobagens e risadas, e sempre aquela atenção ao som e à execução. Raramente sobrava tempo pra prestar atenção nas músicas.

A mixagem foi diferente. Mixei o disco sozinho no estúdio. Depois mandava o resultado final por email pra eles e eles comentavam o que podia melhorar ou piorar.
Mas sozinho no estúdio deu pra perceber detalhes dos arranjos e, mais importante, deu pra conhecer as composições do Joel.

O disco tem de tudo. Músicas animadas, músicas tristes, músicas saudosas, músicas lindas e músicas emocionantes.
Tinha momentos em que era difícil continuar trabalhando naquilo friamente. Pensando só em como fazer soar bem cada instrumento e cada detalhe.
No fim das contas, acho que fiz um bom trabalho e me orgulho dele.

E ontem foi o dia do lançamento do disco. Um show do Água de Moringa com participação de Joel Nascimento no Teatro Carlos Gomes.

Casa cheia... muitos amigos e conhecidos... e eu lá, tentando fazer ao vivo o que fiz em estúdio. Tentando fazer soar cada instrumento, cada detalhe de cada música. E tentando me manter trabalhando friamente naquilo. E de novo foi difícil.

No fim do dia, de novo acho que fiz um bom trabalho. Foi um show muito bonito e muito emocionante, e eu espero que muitos outros desse venham por aí, e que eu possa fazer cada um deles.

Parabéns ao Água pelo disco novo (quem quiser ouvir um pouco dele, pode ir no myspace dos moringuetes).
Parabéns ao Joel pela música dele.

E obrigado pela oportunidade

domingo, 16 de maio de 2010

Brasøv no interiorrrrrrr de SP (parte 2)

Depois de um interessante show no Festival Fora do Eixo (o finalzinho do show ta aqui) (festival do qual também participou o Canastra, cujo show está aqui, mas sem mim), era hora de partir pra segunda etapa da turnê pelo interior de São Paulo. Claro que não deu pra simplesmente fazer o show do Brasøv e ir pra casa dormir porque fiz o som do Do Amor no mesmo festival. Mais uma viagem virado, mas isso é normal e até costuma ser minha preferência.

Dessa vez, estamos fazendo Lençóis Paulista, Lins e Votuporanga.

Voamos pra Campinas, pra facilitar a vida de todo mundo, e de lá entramos na van até Lençóis Paulista.

Se na primeira semana estávamos apertados dentro de uma van, e éramos 8 + equipamentos, dessa vez não ia ser melhor. Somos 9 + equipamentos (dessa vez, eu, Fabiano Krieger, Luiz Antonio, Rafael Rocha, Raphael Miranda, Roberto Silva e o Baixista Mascarado. Além do Pedrão, de novo, e do Estevão Casé, fazendo o som) e, pra ficar ainda melhor, a van não é menos, mas os bancos são estranhamente mal posicionados (ou de repente a van é menor). Então, pra ficar delícia, pra ficar gostoso, somos mais pessoas e mais equipamento, dentro de uma van menor. Bastante confortável. E já começamos a brincadeira com 5 horas de van de Campinas pra Lençóis Paulista.

Sim... Paulista

Me ofereceram uma explicação durante o show... alguns estão fingindo que a explicação faz sentido (eu sou um deles, mas eu to fingindo que é pra eu não parecer um idiota completo... mas ainda não me parece certo). A explicação que me ofereceram foi que os colonizadores portugueses quando por lá chegaram, viram aquele rio (que eu não vi, diga-se de passagem) branquinho, limpinho, e acharam que pareciam lençóis. Até aí, tudo bem...
Aí, tempos depois, por causa da cidade de Lençóis na Bahia (alguém atesta a veracidade desses fatos?), resolveram que esta cidade de Lençóis era a paulista. E alguém achou que o nome então deveria ser (a cidade de) Lençóis (que é a) Paulista. Abrindo mão do meu fingimento e arriscando ser um completo idiota, ainda continuo achando que deveria ser Lencóis Paulistas, como são os Lençóis Maranhenses (que eu não tenho ideia se dão nome a uma cidade, atestando cada vez mais a minha estupidez).

Enfim, o show foi assim, interativo. Com pessoas explicando o nome da cidade... com Fabiano indo tocar no meio da galera já que ele resolveu trazer seu sistema sem fio... com a radio local ligando no meio do show pra fazer uma entrevista ao vivo com a gente... coisa de doentes mentais que normalmente somos.

Show terminado, a gente até que tentou arrumar o que fazer na cidade. Mas era curioso o olhar das pessoas quando a gente perguntava o que havia pra fazer pela área. As pessoas diziam "aqui? hoje? numa sexta à noite?"
Parecia que a gente estava perguntando o que fazer numa quarta à noite numa cidade onde não há futebol...

Dia seguinte, 3 horinhas de van de Lençóis Paulista pra Lins, casa do Clube Atlético Linense, que jogava contra a Seleção Brasileira de Masters. 5x2 pro Brasil!!!!!!!

Fizemos um belíssimo no tradicionalíssimo Clube Linense.

Os dois shows estão gravados em MP3 mas o blog não tem uma forma de colocar audio pra se escutar, né? Só videos e imagens... então, vão ficar sem ouvir.

No momento, estamos assistindo o show do Living Colour na Virada Cultural de São Paulo (que é, de fato, uma virada. Ao contrário do viradão carioca que não funciona de madrugada...) pela TV Cultura.

Estou cogitando a hipótese de virar a noite pra assistir a corrida de manhã e estar cansado suficiente pra dormir na van a caminho de Votuporanga. São só 3 horinhas, mas essa van é ruim demais...

Enfim... por enquanto é isso

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Brasøv no interiorrrrrrr de SP (parte 1)

Maio é um mês excelente pra minha música. Até agora, são 11 shows (10 tocando, 1 fazendo som). Sem contar com os outros 5 que eu não vou poder fazer porque as datas batem... Nessas horas é que um clonezinho ia muito bem.

E antes de divagar sobre esse primeiro fim-de-semana de shows e viagens, vamos à agenda do mês:

6 - Brasøv em Santa Barbara D'Oeste
7 - Brasøv em Mogi das Cruzes
9 - Brasøv em Assis
13 - Brasøv no Rio (Odisséia)

14 - Canastra no Rio (Circo Voador) NÃO VOU FAZER
14 - Brasøv em Lençois Paulista
15 - Canastra em Friburgo NÃO VOU FAZER
15 - Brasøv em Lins
16 - Brasøv em Votuporanga
18 - Água de Moringa no Rio (Teatro Carlos Gomes)
21 - Canastra em São Paulo NÃO VOU FAZER
22 - Brasøv em Araraquara

22 - Canastra em São João da Boa Vista NÃO VOU FAZER
23 - Brasøv em Indaiatuba
23 - Canastra em Marília NÃO VOU FAZER
29 - Canastra em Belo Horizonte

Pois bem... você com certeza está lendo esse texto depois dos primeiros três shows (a menos que você consiga viajar pro passado. Neste caso, me liga porque eu to precisando rever umas besteiras que eu andei fazendo...), e esse texto é pra falar um pouco sobre eles (se você estiver lendo esse texto depois dos próximos 3 ou 4 shows, vá ler o outro texto que vai estar mais atualizado).

Saímos do Rio na quinta de manhã, de avião pra Guarulhos. De lá, pegamos uma van pra fazer o passeio pelo interiorrrrrrrr de Sam Paulo.

O Brasøv é uma banda líquida, e a formação dessa viagem foi eu, Fabiano Krieger, Raphael Miranda, Luiz Antonio Gomes (nosso co-tecladista), Leandro Joaquim (trompete) e o Baixista Mascarado. Pedrão foi de produtor (o Thiago é professor e não pode perder aula assim...) e o Henrique Vilhena (meu sub) foi fazendo o som.

De Guarulhos pra Santa Barbara D'Oeste foram umas 3 horas de chão. A cidade já nos conhece da virada cultural do ano passado e, obviamente, fomos recebidos com muita festa na porta do hotel. Fãs enlouquecidas gritavam nossos nomes e tentavam nos atacar enquanto os seguranças garantiam nossa entrada no hotel. Aí a van chegou em Santa Barbara e eu acordei.

Tocamos no Teatro Municipal Manoel Lyra. Um pequeno ambiente para mais de 600 pessoas com um palco de médio porte (gigante) e um equipamento de som aceitável (espetacular).

Infelizmente o teatro não estava cheio... nem meia casa... Mas quem estava lá viu e se divertiu muito. Não sei o que deu na gente (provavelmente muita cara de pau e pouca restrição dos colegas que não vieram) mas estávamos possuídos. O show foi uma coisa incrível... e ninguém filmou, nem tirou fotos... nada! Somos ridículos, eu sei.

De Sta Barbara pra Mogi das Cruzes foram mais umas 3 horas de van. Porque eu fui descobrindo isso durante a viagem, mas o responsável por montar nosso roteiro resolveu fazer um caminho no mínimo curioso. Mogi das Cruzes fica do lado de Guarulhos... era pra ser a primeira ou (no caso mais sensacional) a última cidade dessa perna da turnê. Mas foi a segunda. Fodennndo o joelho na van, cheguei em Mogi quase sem andar. Mas quesefoda porque o show tem que rolar comigo manco ou perneta.

Não tenho muito mais o que dizer do lugar onde tocamos na sexta em Mogi... é suficiente dizer que era no Theatro Vasques.

De novo, show incrível. Umas 15 pessoas (números não exatos) na platéia (o que foi uma infeliz marca que não pode ser superada nos próximos shows) que se divertiram muito. Ou pelo menos eu acho que se divertiram... mas o importante é que nós nos divertimos demais. Claro... sem filmagens e/ou fotos de qualidade.

Como a viagem de Mogi pra Assis era de, no mínimo, 5:30, tivemos o sábado livre. Show, só domingo das mães. Pegamos a estrada por volta das 13h, paramos duas vezes (e enrolamos bastante nas paradas) e chegamos em Assis por volta das 20h.

Noite livre... aquela animação... todo mundo indo caçar o que fazer... fomos jantar e fui parar numa boate cujo nome eu esqueci e pouco importa. Boate é sempre boate... E nessa ainda teve um show de uma banda local (imagino eu) chamada sapato baixo. Tirem suas próprias conclusões. Eu vou dizer que não achei ruim...

Dia das mães... todos aqueles recadinhos de felicitações no facebook, twitter, orkut, etc... minha mãe lá na barra no almoço da família e eu em Assis com 7 marmanjos desmaternados... (feliz dia das mãe, dona marina). Eu tinha certeza de que ninguém ia aparecer nesse show... e me provaram o contrário.

O Teatro Municipal de Assis estava cheio, quase lotado dos seus mais de 400 lugares. E o show foi incrível de novo. Dessa vez, quase todo filmado (os videos estão indo pro nosso canal no youtube devagarzinho porque o youtube ta de sacanagem com a minha cara).

Agora são 2:30 da manhã de domingo pra segunda, e cá estou na minha cama em Assis esperando a hora (3:30) de pegar a van a caminho de Guarulhos, pra voar pro Rio ao meio dia. Imagina a alegria, animação e agito que vai me acometer depois dessas três mil horas de viagem... mal posso esperar.

Alguns pontos...
Nunca foi tão fácil dar ideias e sugerir loucuras (logo) antes, durante e depois de shows. Emendar Toxic com Homem Objeto e voltar já tinha sido feito no Viradão Carioca. Nesse fim-de-semana inventamos coreografia, inserimos duas músicas em Kalasnjikov... quero só ver os originais da banda entrarem na dança...

Semana que vem o planejador do roteiro de viagem também devia estar de cabeça pra baixo ou escreveu o roteiro em hebraico e nego não entendeu... Votuporanga é quase Mato Grosso do Sul... Por que fazer Lençóis, Lins e Votu (estou pegando intimidade) e não o contrário? A volta terá mais 6 horas sofridas de van.

Leandrinho toca muito trompete... e entrou na onda da banda como poucos subs jamais entraram.

Luiz Antonio já deixou de ser sub... ele agora é co-tecladista do Brasøv.

O Baixista Mascarado é rei.

Para ver as fotos de semi-qualidade desse passeio inicial, acesse o Facebook do Brasøv e olhe aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

bagunça de São Jorge

No dia 23 de abril fomos fazer um ensaio aberto da Go East Orkestar em frente ao CCC num evento comemorativo ao dia de São Jorge.

Por causa das chuvas de semanas anteriores, o evento acabou se acavalando com o Viradão Carioca. Isso acabou sendo bom porque a prefeitura programou um show do Moacyr Luz antes do nosso ensaio aberto que, a essa altura, seria mesmo uma apresentação.

Fomos chegando por volta das 19h... o grupo de músicos da orkestar, que é ainda muito indefinido, foi se juntando e parecia cada vez maior. Os sempre presentes se juntando aos raros, e todos recebendo muito bem as surpresas.
Somamos 13 músicos e nos aboletamos na frente da porta do CCC enquanto o samba comia solto num palco montado na praça.

Rodrigo Barba e Vitor Naine nas percussões
Ricarto Ritto e Pedro Araujo nos acordeons
Fernando Oliveira, Raphaël Valyi e Pedro Seiblitz nos trompetes
Clarisse Zarvos e Alexandre Bittencourt nos clarinetes
Erick Ligneul no trombone
Rodrigo Assumpção no violino
Eu e Thiagô Queiroz nos saxofones

Quando o samba parou, atacamos nos balcans. Muita gente em volta e o pessoal parecia curtir bastante.
Eu sei que eu curti muito e os músicos curtiram tanto quanto eu.

Um dia lindo com registros fotográficos e videográficos lindos. Estou começando a pensar em como fazer pra essa ideia continuar crescendo e fico feliz de saber que já temos um núcleo de músicos e amigos muito interessados.

E apesar da revolta de alguns, não esqueçam esse nome. Go East Orkestar
Manea

Čigra